EXERCÍCIOS RESISTIDOS NA PREVENÇÃO DE
QUEDAS EM IDOSOS
Williams
Beetowe Sousa do Nascimento Araújo
RESUMO
Devido
à crescente população idosa no Brasil e aos efeitos deletérios que a acomete
durante o processo de envelhecimento, surgiu o interesse do estudo em buscar na
literatura atual a importância dos exercícios resistidos na prevenção de quedas
em idosos e sua consequente melhoria na qualidade de vida. A pesquisa encontrou
que, através dos exercícios resistidos, pode-se diminuir ou, em alguns casos,
reverter algumas variáveis do processo de degeneração que acomete o idoso, como
por exemplo, a sarcopenia e a osteoporose. A prática da musculação aumenta a força e o equilíbrio que são as
capacidades físicas mais importantes para que os idosos realizem as suas
atividades da vida diária de uma maneira mais independente, tornando-se mais
ativo, e assim, diminuindo-se o risco de quedas. Verifica-se na comunidade científica
que o método do treinamento resistido é o que proporciona maiores vantagens
para os idosos, porque ele é o mais adaptativo, mais eficiente e o que
apresenta resultados mais rápidos.
Palavras-chave:
Idosos. Exercícios Resistidos. Quedas.
1 INTRODUÇÃO
Existem várias definições para
envelhecimento, tanto no campo biológico, como no campo social. Quem melhor o
define é Papaléo Netto (2006), segundo o qual o envelhecimento é um processo
dinâmico e progressivo, que envolvem variáveis como hábitos de vida, fatores
genéticos e doenças crônicas, ocorrendo alterações morfológicas, fisiológicas,
bioquímicas e psicológicas que determinam perda gradual da capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e
maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte.
Comfort apud Freitas et al., (2002), o complementa afirmando que o
envelhecimento é uma progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio
homeostático em condições de sobrecarga funcional.
É
evidente o crescente aumento da população idosa em todo o mundo, isso se deve a
infra-estrutura que as cidades oferecem e principalmente aos avanços na
medicina. A Organização Mundial da Saúde – OMS, classifica
cronologicamente como idosa as pessoas com mais de 65 anos de idade em países
desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento. No
Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2009),
existem cerca de 21,7 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa
mais de 10% da população. Estimativas, do próprio órgão para o ano de 2025
apontam um número de 32 milhões de idosos.
É
notável que o envelhecimento populacional no Brasil esteja ocorrendo de modo
acelerado e, acompanhado a este crescimento, observar-se um aumento relevante
na prevalência de doenças crônico-degenerativas em idosos. Com isto, essa
população tende a apresentar múltiplas correlações que potencializam grandes
síndromes geriátricas como queda, demência e imobilismo, comprometendo a
independência e a autonomia, gerando incapacidades, fragilidade,
institucionalização e morte. O aumento da idade é diretamente proporcional à
presença de múltiplos sintomas otoneurológicos associados, tais como vertigem e
outras tonturas, perda auditiva, alterações do equilíbrio corporal, distúrbios
da marcha e quedas, que, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(2008), representam 12% de todos os óbitos na população geriátrica no
Brasil.
As
consequências das quedas em idosos são além de possíveis fraturas e risco de
morte, o medo de cair, a restrição a atividades físicas, o declínio na saúde e
o aumento do risco de institucionalização, com isso, geram não só prejuízo
físico e psicológico, mas também um aumento dos custos com os cuidados da
saúde, expressos pela utilização de vários serviços especializados, e,
principalmente, pelo aumento das hospitalizações.
A
atividade física se destaca como o principal meio de combate a essas causas,
pois tem como objetivo a manutenção ou a recuperação da saúde, a sociabilização
e o lazer, tornando-se de extrema importância para a qualidade de vida e a
manutenção da independência da população idosa e na promoção de saúde.
Dentre
as formas de exercícios físicos, o que mais se destaca na prevenção e na
manutenção da saúde do idoso são os exercícios resistidos, porque através deles
há um aumento significativo no ganho de força e benefícios ósseos,
possibilitando que o idoso consiga realizar as atividades do cotidiano por mais
tempo, com segurança e qualidade.
Devido a esses fatores que envolvem
o envelhecimento e dando-se conta da importância das atividades físicas na qualidade
de vida do idoso, surgiu o interesse do estudo em pesquisar na literatura atual,
a cerca de quais benefícios os exercícios resistidos trazem na prevenção de
quedas em idosos, e o seu papel em proporcionar independência nas atividades da
vida diária, o que acarretaria numa melhor qualidade de vida do idoso.
2
REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Lorda (1995), 70% da população idosa do Brasil
são sedentários, esta estatística nos dá uma ideia da fragilidade da saúde dos
idosos, pois outras enfermidades estão associadas ao sedentarismo como
hipertensão, diabetes, obesidade, dislipidemia, aterosclerose, risco de infarto
do miocárdio entre outros.
No processo de envelhecimento, os dois sistemas que
mostram um maior declínio na função são o sistema cardiovascular e o
musculoesquelético. O sistema cardiovascular sofre várias alterações
estruturais no decorrer da idade, envolvendo o miocárdio, o sistema de condução
cardíaco e o endocárdio, nisso, há uma degeneração progressiva dessas
estruturas, inclusive a perda da elasticidade, alterações fibróticas nas valvas
do coração e infiltração amilóide, que é caracterizado por fibrilas que se
depositam em vários órgãos, inclusive no coração, prejudicando sua função, com
isso, acarreta numa menor contratilidade da parede do ventrículo esquerdo e na
capacidade das artérias distenderem-se em resposta à ação de bombeamento do
coração. Todas essas alterações fazem com que se tenha uma reduzida capacidade
de bombeamento do coração, afetando a estrutura e a função da musculatura
cardíaca.
O
sistema musculoesquelético é outro que passa por várias adaptações estruturais
e funcionais importantes no decorrer da idade. Essas mudanças geralmente vêm em
decorrência da inatividade física, assim como em resposta à doença, ao estado
nutricional e à obesidade. Esses efeitos devem ser considerados quando se os examinam
independentes do envelhecimento sobre a estrutura e a função da musculatura. A
redução da massa muscular relacionada à idade é uma causa direta do declínio da
força muscular com o envelhecimento, essa redução da força muscular é uma causa
importante da incapacidade do idoso, uma vez que a força e a potência são
componentes importantes da marcha, do equilíbrio e da capacidade de deambular.
Além da perda da massa muscular ocorre também redução da massa óssea,
principalmente em mulheres, caracterizando-se em osteoporose, que pode
predispor à ocorrência de fraturas.
Com todos esses sistemas em declínio
os idosos são obrigados a levarem um estilo de vida, de certa forma, mais
dependente. A capacidade funcional diminuída acaba que acometendo sua qualidade
de vida, pois o impedem de realizarem as suas atividades da vida diária,
forçando-os ao sedentarismo.
Segundo Nóbrega et al., (1999),
quando o idoso deixa de realizar várias tarefas devido ao medo do que possa
acontecer, ocorre um ciclo vicioso, que começa com a inatividade física
provocando descondicionamento e fragilidade musculoesquelética, perda do estilo
de vida independente, menor motivação e menor auto-estima, ansiedade e
depressão, e finalmente, inatividade física.
O
que pode atrasar o aparecimento de patologias são os exercícios físicos, pois
estes podem ser usados para prevenção, condicionamento e reabilitação,
proporcionando uma melhor qualidade de vida e diminuindo-se o risco de quedas,
que é uma das principais causas de morte em idosos no Brasil.
As
quedas em idosos estão associados a dois fatores, intrínsecos e extrínsecos.
Aqueles são as alterações sensoriomotoras inerentes ao processo de
envelhecimento, como por exemplo, as paresias, que são disfunções ou
interrupções de um ou mais membros de uma maneira que o movimento se apresente
limitado ou fraco, parestesias – sensações cutâneas subjetivas (frio, calor,
formigamento, pressão, etc.) que são vivenciadas
espontaneamente na ausência de estimulação, alterações visuais, diminuição de
flexibilidade, de mobilidade e declínio cognitivo. Já os fatores extrínsecos
estão associados às dificuldades que o ambiente o oferece, como por exemplo, escadas,
terrenos irregulares, buracos, etc.
Segundo Rebelatto e Morelli
(2004), uma boa qualidade de vida tem relação direta com a existência de
condições ambientais que permitam aos idosos desempenharem comportamentos
biológicos, sociais, e psicológicos adaptativos. Daí aparece o propósito dos
exercícios físicos que é melhorar os fatores intrínsecos, ou seja, a capacidade
física do idoso, para que ele possa lidar melhor com os fatores ambientais.
Entre os exercícios físicos
existentes, a ACSM - Colégio Americano de Medicina do Esporte (1998),
classificam em três tipos: Aeróbicos, resistidos e de alongamentos e afirma que
o treinamento resistido é o mais eficiente na prevenção de quedas em idosos, pois,
uma vez que se melhora a força musculoesquelética, melhora-se o equilíbrio e a
velocidade, que são essenciais para a realização das atividades da vida diária.
Segundo
Santarém (1997), os exercícios resistidos geralmente são realizados com pesos,
embora existam outras formas de oferecer resistência à contração muscular.
Musculação é o termo mais utilizado para designar o treinamento com peso. Do
ponto de vista funcional, esses exercícios desenvolvem importantes qualidades
de aptidão física, constituindo uma das mais completas formas de preparação, além
do mais, esse tipo de exercício facilita a adaptação física individual, uma vez
que possibilita o treinamento de todo tipo de pessoa, até mesmo das mais
debilitadas. A prática da musculação não apresenta movimentos rápidos e nem
desacelerações, por isso possui baixo risco de lesões traumáticas.
Segundo
a ACSM (1998), o exercício resistido é o método mais eficiente para promover
adaptações morfológicas e essas, vão desde o sistema musculoesquelético ao
tecido adiposo, proporcionando uma mudança da composição corporal mais
acentuada.
Assim,
o exercício resistido é de suma importância no processo de envelhecimento
devido às várias alterações morfológicas maléficas as quais o idoso é
acometido. Segundo Faria et al., (2003), há uma perda progressiva da eficiência
dos órgãos e tecidos do organismo humano no envelhecimento, em diferentes graus
de declínio, destacando-se a perda da força muscular e do equilíbrio. No
decorrer do envelhecimento ocorre a sarcopenia, perda da força muscular, que
acontece devido ao declínio da massa muscular.
Segundo
Leite (1996), a redução da força muscular nos indivíduos entre os 35 e 50 anos
de idade é de cerca de 6%, a partir dos 50 anos ocorre uma perda mais elevada,
cerca de 10% por década. Ele também apresenta a relação entre a idade e a força
muscular, onde podemos observar que ocorre um declínio pelo menos de 16,5% na
força muscular após a terceira década de vida.
A redução do número de fibras musculares diz respeito aos dois tipos de
fibras, mas a diminuição do tamanho afeta principalmente as fibras do tipo II,
que está envolvida, sobretudo, no desenvolvimento rápido de força e em
atividades que requerem muito dos músculos.
Um
estudo comparativo da massa, força muscular e do equilíbrio realizado por Pedro
e Amorim (2008), avaliou a mobilidade do idoso gerada por um bom equilíbrio.
Nesse estudo, foram avaliados 20 idosos do sexo masculino e faixa etária entre
60 e 74 anos de idade, divididos em grupos de praticantes e não praticantes da
musculação. No estudo, ficou evidente que um aumento da força muscular,
observado nos praticantes, intervém significativamente no equilíbrio. Portanto,
o treinamento de força auxilia diretamente na melhoria do equilíbrio,
principalmente no ato de deambular.
Segundo
Tinette (1996), a mobilidade é a habilidade de se locomover em um ambiente,
sendo uma função complicada e composta de múltiplas manobras que, por sua vez,
dependem de uma integração de múltiplas características: físicas, cognitivas e
psicológicas. A musculação, por ser uma atividade em que se desenvolve a força
muscular e propicia ao idoso uma vivência em conjunto, acaba tendo um papel
fundamental na melhora da situação cognitiva e psicológica desse. Logo, após
vivenciar essa experiência o torna mais apto a realizar as tarefas do dia-a-dia
e manter um melhor equilíbrio em relação aos idosos não praticantes da
musculação.
Outro estudo realizado por Soccol e
Pinto (2009), mediu a relação do trabalho de musculação em idosos. No estudo
foram utilizados o teste de sentar e levantar em 30 segundos e o teste de
flexão de cúbito, junto a esses dois testes utilizou-se um questionário
investigativo de queda ocorrido nos últimos anos. Observou-se que os idosos praticantes
da musculação que se submeteram ao estudo não sentem medo de sofrerem quedas
nas atividades diárias. Dessa forma, a musculação demonstra ser uma das
melhores opções para promover a capacidade funcional dos idosos.
Para
que se evidenciem os benefícios da musculação é necessário que o praticante
treine com cargas a cima dos 70% da força máxima, pois, ocorrerá melhor
hidratação, melhor vascularização e aumento do tecido conjuntivo e hipertrofia
da fibra muscular e, consequentemente, aumento da força.
A
grande eficiência em estimular a massa muscular e óssea apresentada pelos
exercícios resistidos chama a atenção na sua utilização e na eficiência de
promover saúde para o idoso em que a osteopenia - perda de mineral ósseo
geralmente resultante do processo de envelhecimento, e a sarcopenia estão
presentes. Esta ideia foi estimulada pela constatação de que a mobilidade
articular, geralmente limitada no idoso, também melhora rapidamente.
Estudos
realizados por Santarém (2000), documentaram não apenas a eficiência, mas
também a segurança dos exercícios com pesos para idosos, pessoas debilitadas ou
doentes, desde que estes sejam orientados por profissionais competentes.
O
trabalho de musculação traz benefícios também para a densidade óssea, fazendo
com que o risco da osteoporose reduza consideravelmente.
A
osteoporose pode se apresentar em três tipos: Tipo I, pós-menopausa gerada por
uma queda na produção de estrogênio o qual está vinculado a massa óssea. Tipo
II ou senil que é causada devido às quedas hormonais no sedentarismo e,
finalmente, o Tipo III, relacionada ao uso de medicamentos, principalmente ao
uso de corticóides. O tratamento pode ser farmacológico ou não, sendo que no
tratamento farmacológico são utilizadas reposições hormonais, biofosfatos,
calcitonina e MSREs (moduladores seletivos de receptores de estrogênio), e, no
tratamento não farmacológico, utilizam-se suplementos de cálcio e vitamina D.
Sendo a nutrição e a atividade física os meios mais corretos para se combater a
doença.
Segundo
o Departamento Americano de Saúde e
Serviços Humanos – USDHHS
- (1991) apud Frontera et al., (2001), alguns fatores são considerados de risco
para essa patologia. Dentre eles, o fato de o individuo, principalmente do sexo
feminino, ter tido menopausa precoce, ser de idade avançada, ser de raça branca
ou amarela, o fator genético, ser sedentário, ter dieta pobre em cálcio, ter
removido os ovários na pré-menopausa, ter usado esteróides anabolizantes, ter
irregularidade menstrual, anorexia nervosa, etc.
Em contramão a esses males que podem
contribuir para o desenvolvimento da osteoporose, alguns estudos demonstram que
o osso se adapta a cargas físicas e mecânicas impostas a ele, alternando sua
massa e sua força. O treinamento a 80% de 1RM, com mais de 8 repetições, gera
aumentos consideráveis na massa óssea de indivíduos adultos.
A
ingestão de cálcio por si só não determina o ganho de massa óssea, pois ela
fica restrita à corrente sanguínea. Só há ganho de massa óssea quando ocorre um
processo denominado Efeito Piezoelétrico, que é a capacidade de produzir eletricidade
a partir de um estresse mecânico, e, consegue-se isso através de compressão que
é dada através de peso ou impacto.
No Efeito Piezoelétrico há o
surgimento de cargas negativas no local da compressão e cargas positivas em
outras áreas. Bankoff, Zylberberg e Schiavon (1998) apud Buiate e Gonçalves et al., (2008), cita
que quantidades mínimas de correntes elétricas estimulam os osteoblastos - células
formadoras de tecido ósseo - na extremidade negativa que está sendo comprimida,
aumentando a formação óssea nesta região.
Os
exercícios com pesos ou aqueles em que o indivíduo tem que suportar o peso
corporal, Segundo Raso et al., (1997), são bastante eficientes para estimular o
Efeito Piezelétrico no osso, pois a musculação promove maior força de compressão
sobre o osso gerando maior atividade osteoblástica e aumentando a formação do
tecido ósseo.
A
força chega ao osso através de uma contração muscular vigorosa, quanto mais
vigorosa a contração muscular, maior compressão se consegue sobre o osso,
aumentando a eficiência do Efeito Piezoelétrico. Na musculação tem-se que
trabalhar com as cargas ideais, respeitando-se a individualidade biológica,
pois quando assim se trabalha ocorrerá um melhor estímulo para o músculo e para
o osso, se o exercício não for vigoroso e intenso, não surtirá esse efeito,
logo, não haverá aumento da densidade óssea.
Com um sistema
musculoesquelético mais bem preparado diminui-se a ocorrência de quedas, e no
caso de uma eventualidade, com os ossos mais enrijecidos, o idoso terá maior
dificuldade de sofrer uma fratura.
O treino de força
leva à hipertrofia das fibras tipo I e II, sobretudo, um aumento da força
muscular dos membros superiores e de membros inferiores, aumento da
capilaridade, melhora da flexibilidade e diminuição de quedas.
Ultimamente
se destacou muito a musculação como prevenção de doenças, e reabilitação para a
3ª idade. Independente de seus problemas específicos, todos os idosos devem
fazer musculação, de certo modo adaptado para aqueles que apresentem problemas
de saúde, pois sempre existe um método para que se possa realizar um
treinamento eficiente e seguro.
Quando
se fala em segurança, é importante destacar os fatores que levam a uma lesão,
como por exemplo, uma compressão excessiva e abrupta, tração, torção, impacto e
repetições, pois estes são fatores de risco para o sistema musculoesquelético.
A musculação é onde se tem maior controle sobre essas variáveis, porque não
apresenta mudanças abruptas de direção e não há desaceleração repentina, assim,
há um maior controle na força de compressão no movimento realizado.
Um estudo realizado por
Fiataroni et al., (1994), com idosos de 72 a 98 anos de idade, onde se realizou
um treinamento com pesos e concomitantemente a realização de suplementação
nutricional, mostrou que houve um aumento na velocidade de andar (11%),
potência de subir escadas (28%) e aumento da atividade física espontânea (34%)
mostrando melhoras nas atividades da vida diária.
A prática do
treinamento com peso em indivíduos idosos consiste numa importante ferramenta
para a melhoria da aptidão física, pois, melhorando-se a mobilidade diminui-se
o risco de quedas, logo, o idoso se sente mais independente o que acaba por
melhorar sua auto-estima e saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida e
evitando internações precoces em casas geriátricas. Portanto, Quando se obtém
um aumento da força e potência muscular consegue-se independência para a
realização das atividades diárias e redução de do risco de quedas.
Observam-se, através de
vários estudos, como os realizados por realizado por Soccol e Pinto
(2009), que bastam apenas
algumas semanas de musculação para que se tenha uma melhora nos níveis de força
muscular dos idosos.
Com a prática da
musculação consegue-se melhor equilíbrio, que junto com a força, são as
capacidades físicas mais importantes para a prevenção de quedas em idosos.
Portanto, um trabalho direcionado ao idoso lhe permite mais
independência no seu cotidiano, mais autonomia em suas decisões, diminuição do
consumo de medicamentos, aumento da força muscular, aumento da flexibilidade,
agilidade e melhora do equilíbrio.
3
CONCLUSÃO
O processo de
envelhecimento é um aspecto biológico natural que ocorre com cada indivíduo, e
está associado a importantes alterações estruturais e funcionais. Vindo de
encontro a essas alterações, os exercícios resistidos são os mais indicados
para atender às necessidades dos idosos, pois colabora para o aumento da força muscular,
aumento da velocidade de movimento, melhora no equilíbrio, diminuição do risco
de quedas e, consequentemente, de fraturas ósseas. Com uma melhor aptidão
física, o idoso estará mais apto para realizar as suas atividades da vida
diária de uma maneira independente, obtendo uma melhor qualidade de vida. As
modificações no equilíbrio através do método de exercícios resistidos é uma das
capacidades físicas importantes na prevenção de quedas em idosos, que não está
bem esclarecida na literatura. Por isso, necessita-se de mais estudos para que
se evidencie a melhora dessa capacidade, pois ela é vital para a saúde assim
como a força.
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